Psicologia favelada (ePub)
Ensaios sobre a construção de uma perspectiva popular em Psicologia
(Sprache: Portugiesisch)
As reflexões propostas no livro não fornecem um arsenal teórico psicológico dirigido para a favela tal como foi outrora dirigido para a doença mental, para os problemas do trabalho ou da educação. É a própria objetividade psicológica que é questionada....
sofort als Download lieferbar
eBook (ePub)
Fr. 5.00
inkl. MwSt.
- Kreditkarte, Paypal, Rechnung
- Kostenloser tolino webreader
Produktdetails
Produktinformationen zu „Psicologia favelada (ePub)“
As reflexões propostas no livro não fornecem um arsenal teórico psicológico dirigido para a favela tal como foi outrora dirigido para a doença mental, para os problemas do trabalho ou da educação. É a própria objetividade psicológica que é questionada. Diferentemente, um movimento primordial anima este texto, um movimento que opera uma inversão de perspectiva. E o faz de maneira provocativa: em lugar de produzir uma psicologia da favela, proclama a produção de uma psicologia favelada.
Mariana narra como seu percurso na formação em Psicologia, aliada tanto à pesquisa como ao trabalho no territörio, a levou a identificar que alguns pressupostos difundidos entre as teorias psicológicas e difusamente presentes nas aulas dos curso de graduação se articulam com certa perspectiva elitista e produzem em seu desdobramento profissionalizante uma elite intelectual e profissional cujas ações precisavam ser analisadas para que esta inversão fosse produzida.
Três caminhos foram explorados neste livro. O primeiro se vale da inversão mencionada para analisar o plano da formação, da ordenação conceitual e do exercício da profissão. A análise dos projetos comunitários da psicologia, de sua história e de seus investimentos delineia um cenário de amplas capturas e algumas insurgências. Se o projeto "comunitário" parece ao leitor desavisado ou ao estudante ávido de participação social a garantia de uma ação humanizante da psicologia, descobrimos capturas conceituais sobre o termo comunidade que mantém o especialismo e o individualismo. Descobrimos algumas lutas pelo domínio acadêmico da, assim chamada, etiqueta "Psicologia comunitária". As análises sobre o projeto comunitário, sobre a noção de comunidade, sobre a prática profissional voltada à transformação social e sobre a própria Psicologia Comunitária nos mostram onde encontrar a luta que importa.
Propor uma psicologia favelada emana certamente de experiências da autora em favelas no Rio de Janeiro. O próprio termo "favela" necessita, entrementes, ser detalhado. Suas histórias, seus narradores, as elaborações conceituais em torno da "favela" revelaram não apenas um pouco mais das favelas mas também o lugar de verdade em que se situa frequentemente o discurso acadêmico e as ações do Estado. Falar sobre a favela exige também ouvir a favela, exige mais uma volta do parafuso, isto é, exige falar com a favela. Inversão metodológica, a favela não constitui objeto de investigação, mas a referência da perspectiva, o ponto problematizador da psicologia. Além disso, as narrativas dos processos de lutas e resistências ali presentes fortalecem o protagonismo da favela, destituem os discursos que concebem as favelas essencialmente como lugar da falta e da violência.
As experiências da autora em favelas materializam a difícil tarefa de atuar no plano da subjetivação. Recusado o especialismo psicológico, analisada a relação dialética da favela com a cidade, conhecidas algumas das lutas, foi preciso expor experiências situadas do encontro entre psicologia e favela. Abandonar o essencialismo de categorias e perspectivas centrais da psicologia hegemônica não significa abandonar a psicologia. Há uma traição neste ato, mas daquela que se recusa a manter um estado de coisas desumanizador. Humanizar a favela como psicóloga é também humanizar a psicologia.
[do prefácio de Francisco Teixeira Portugal]
Mariana narra como seu percurso na formação em Psicologia, aliada tanto à pesquisa como ao trabalho no territörio, a levou a identificar que alguns pressupostos difundidos entre as teorias psicológicas e difusamente presentes nas aulas dos curso de graduação se articulam com certa perspectiva elitista e produzem em seu desdobramento profissionalizante uma elite intelectual e profissional cujas ações precisavam ser analisadas para que esta inversão fosse produzida.
Três caminhos foram explorados neste livro. O primeiro se vale da inversão mencionada para analisar o plano da formação, da ordenação conceitual e do exercício da profissão. A análise dos projetos comunitários da psicologia, de sua história e de seus investimentos delineia um cenário de amplas capturas e algumas insurgências. Se o projeto "comunitário" parece ao leitor desavisado ou ao estudante ávido de participação social a garantia de uma ação humanizante da psicologia, descobrimos capturas conceituais sobre o termo comunidade que mantém o especialismo e o individualismo. Descobrimos algumas lutas pelo domínio acadêmico da, assim chamada, etiqueta "Psicologia comunitária". As análises sobre o projeto comunitário, sobre a noção de comunidade, sobre a prática profissional voltada à transformação social e sobre a própria Psicologia Comunitária nos mostram onde encontrar a luta que importa.
Propor uma psicologia favelada emana certamente de experiências da autora em favelas no Rio de Janeiro. O próprio termo "favela" necessita, entrementes, ser detalhado. Suas histórias, seus narradores, as elaborações conceituais em torno da "favela" revelaram não apenas um pouco mais das favelas mas também o lugar de verdade em que se situa frequentemente o discurso acadêmico e as ações do Estado. Falar sobre a favela exige também ouvir a favela, exige mais uma volta do parafuso, isto é, exige falar com a favela. Inversão metodológica, a favela não constitui objeto de investigação, mas a referência da perspectiva, o ponto problematizador da psicologia. Além disso, as narrativas dos processos de lutas e resistências ali presentes fortalecem o protagonismo da favela, destituem os discursos que concebem as favelas essencialmente como lugar da falta e da violência.
As experiências da autora em favelas materializam a difícil tarefa de atuar no plano da subjetivação. Recusado o especialismo psicológico, analisada a relação dialética da favela com a cidade, conhecidas algumas das lutas, foi preciso expor experiências situadas do encontro entre psicologia e favela. Abandonar o essencialismo de categorias e perspectivas centrais da psicologia hegemônica não significa abandonar a psicologia. Há uma traição neste ato, mas daquela que se recusa a manter um estado de coisas desumanizador. Humanizar a favela como psicóloga é também humanizar a psicologia.
[do prefácio de Francisco Teixeira Portugal]
Autoren-Porträt von Mariana Alves Gonçalves
Mariana Alves Gonçalves é Doutora em Psicologia pela UFRJ, com uma trajetória marcada pela inquietação com a Psicologia e suas inserções pelas questões comunitárias e sociais. Atualmente é pesquisadora e professora universitária e continua na luta por outras psicologias possíveis.
Bibliographische Angaben
- Autor: Mariana Alves Gonçalves
- 2020, 211 Seiten, Portugiesisch
- Verlag: Mórula Editorial
- ISBN-10: 6586464110
- ISBN-13: 9786586464115
- Erscheinungsdatum: 28.07.2020
Abhängig von Bildschirmgrösse und eingestellter Schriftgrösse kann die Seitenzahl auf Ihrem Lesegerät variieren.
eBook Informationen
- Dateiformat: ePub
- Grösse: 4.71 MB
- Mit Kopierschutz
- Vorlesefunktion
Sprache:
Portugiesisch
Kopierschutz
Dieses eBook können Sie uneingeschränkt auf allen Geräten der tolino Familie lesen. Zum Lesen auf sonstigen eReadern und am PC benötigen Sie eine Adobe ID.
Family Sharing
eBooks und Audiobooks (Hörbuch-Downloads) mit der Familie teilen und gemeinsam geniessen. Mehr Infos hier.
Kommentar zu "Psicologia favelada"
0 Gebrauchte Artikel zu „Psicologia favelada“
Zustand | Preis | Porto | Zahlung | Verkäufer | Rating |
---|
Schreiben Sie einen Kommentar zu "Psicologia favelada".
Kommentar verfassen