Cartas à Cecília (ePub)

Se fosse pra me descrever eu diria: aprecio igualmente a sonoridade harmônica de Chico Buarque e Mc Perla, dando uma passada demorada pelo período emo que marcou época aqui no Brasil. Sou uma grande entusiasta de um barzinho e de uma cerveja gelada aos fins de semana, mas no dia a dia sou favorável à coquinha gelada. Tenho uma personalidade questionável em decorrência do meu mapa astral que é composto majoritariamente por signos de água. Sou vegetariana e amo incondicionalmente os meus gatos: Frida Miahlo e Fidel Gato, gatos revolucionários que lutam pela emancipação do proletarigato da América Latina. Sou o estereótipo perfeito, pois as minhas especificidades são, incrivelmente e contraditoriamente, genéricas. Nada de muito novo. Escrevi esta história a fim de pôr no papel coisas que, há tempos, residem na minha mente, desde as partes mais melancólicas, frutificadas por um término que me abalou fortemente, até as partes que fazem referência às contradições vindas de uma sociedade dividida por classes sociais. Sou canceriana, mas às vezes penso que, talvez, eu tenha um pé em sagitário. Sou uma mulher habilidosa, mas ainda estou tentando achar as incumbências que demandarão tais habilidades. Geralmente faço umas rimas sem pé na cabeça, que, diga-se de passagem, só eu acho graça. Minha vida é uma coleção atípica de aventuras amorosas inusitadas. Não preciso dizer que me encontro à esquerda no espectro político, pois, pela história, e pelo nome (junto com o slogan) dos meus gatos, isso ficou elucidado.